Dois suspeitos de negociar as 21 armas furtadas do arsenal do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, foram presos na noite desta quinta-feira (11) no interior do estado pela polícia do Rio de Janeiro. O crime aconteceu no ano passado.
Jesser Marques Fidelix, o Jessé, e Márcio André Geber Boaventura Júnior foram presos em um condomínio de luxo em Santana de Parnaíba, também na Região Metropolitana de São Paulo, pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Os policiais da DRE saíram para cumprir novos mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo, nesta sexta-feira (12), em complemento às prisões da noite anterior.
“À época circulou um vídeo, que se tornou público, em que dois indivíduos se chamavam pelo apelido e, a partir disso, nós inauguramos uma investigação. Nós tomamos conhecimento de que essas armas tinham sido subtraídas do arsenal de guerra do Exército. A partir desse vídeo, inauguramos essa investigação e conseguimos identificar que, na verdade, essas armas estariam sendo negociadas para emprego que rolava na época, e até hoje perdura, na Gardênia Azul, na Zona Oeste”, declarou o delegado Pedro Cassundé em entrevista ao Bora Brasil.
A investigação aponta que a dupla ofereceu o armamento para o Comando Vermelho, a maior facção criminosa do tráfico do Rio de Janeiro.
“Em que traficantes do Comando Vermelho estariam negociando com esses dois aparadores dessas armas do arsenal de guerra, que seriam empregadas no Rio de Janeiro”, completou o delegado.
A partir de investigações, a polícia conseguiu identificar vinculações de Jessé com um traficante preso pela Polícia Federal no ano passado, além de movimentações em dinheiro entre os dois. Segundo o delegado, a quadrilha de Jessé movimentou mais de R$ 9 milhões.
Segundo um comunicado divulgado pelo Comando Militar do Sudeste no dia 1º de novembro, foi no carro de Jessé, encontrado na Praia da Reserva, que estavam duas metralhadoras ponto 50 furtadas de Barueri.
Àquela ocasião, outras 17 armas já tinham sido reintegradas após operações conjuntas do Exército com as polícias do Rio de Janeiro e São Paulo.
Em outubro do ano passado, quatro metralhadoras ponto 50 e outras quatro MAGs, calibre 7.62, foram encontradas em um carro roubado e abandonado em um dos acessos da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio.
Outras cinco metralhadoras ponto 50 e 4 MAGs foram localizadas escondidas em um lamaçal em São Roque, no interior paulista, foram recuperadas.